terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Hércules Brasileiro e seus dois trabalhos!


               Olá a todos! Depois de merecidas férias retorno à vida! Desejo a todos um feliz ano novo, com muitas alegrias e que das dificuldades surjam aprendizados, além de que cada um encontre a felicidade dentro de si e das companhias e das coisas que conquistou, sem colocar a felicidade em algum objeto inanimado.
                Gostaria de partilhar duas experiências vividas nas férias. A primeira se deu na minha breve preparação para um desafio proposto, correr da minha casa até a de meu irmão em Santa Bárbara do Oeste. Para isso, corri da casa dos meus pais até Itobi e voltei até o posto da polícia rodoviária totalizando 22 km em duas horas e meia, velocidade de 8.8 km/h. Confesso que estava com bastante preguiça para correr, pois estava em casa com meus pais e minha namorada, foi então que eu tomei forças para começar.
                Sair de casa foi o mais difícil por que depois, já tendo percorrido aproximadamente 4 quilômetros fui pego por uma chuva bem forte que banhou-me por cerca de 3 km  - e deixou o esforço mais agradável! Porém a nota foi que nem bem passados 2km fui tomado por uma batalha contras as forças intestinais da natureza. Tive que andar para não extravasar a fúria que havia arrebatado as entranhas. Mas foi uma ótima experiência.
                Passados quatro dias ou após 96 horas, tempo muito bom para ajudar nas recuperações metabólicas, mesmo que para quem nunca havia corrido tamanha distância em um só dia, mas insuficiente para melhorar a pele ferida entre as coxas bem lembradas após 15 km de corrida ao longo da Rodovia Anhanguera. Esse dia reservaria mais e maravilhosas surpresas. Conforme combinado, eu, cá e meus três outros atletas nos encontramos em frente de casa e às 4 horas da manhã (isso mesmo, para evitar trânsito e sol) conversamos, colocamos as bikes no engate do carro, fizemos o alongamento e partimos por volta das 4:40. Nem bem haviam passados seis quilômetros e novamente a mãe natureza mostrou sua força capaz de derrubar até o mais nobre dos lordes e pôs-me a andar. Ao chegar ao primeiro ponto de encontro, no posto após o trevo da Bosch, não tive duvidas corri ao toalete e finalizei lá meu processo de digestão.
                Demos seqüência ao desafio mesmo que a maioria tivesse dormido 2 ou 3 horas.  Completamos 10 km no trevo que dá acesso à Rodovia Dom Pedro e logo havia um posto, onde dois cachorros faziam a recepção de ciclistas e automóveis, mas por sorte não viam atrás de corredores, mesmo por que esses andavam por conta do receio. E lá, a natureza deu um pequeno sinal da traquinagem que ela estava por realizar.
                Seguindo em frente, pouco depois um dos atletas sentiu o joelho e para evitar maiores complicações, depois de pegarmos uma longa subida e após a parada em mais um posto, este atleta trocou seu deslocamento através da corrida pela igualmente cansativa bicicleta. Foi nesse posto onde tudo começou. Como nos postos anteriores, paramos, conversamos bastante, tomei isotônicos. E pelo fato de após os 20 km eu seguir sozinho tomei a decisão de sair um pouco antes para não ficar tão para trás, até por que velocidade eu não tinha já que as assaduras entre as coxas já eram chatas. Mas nem bem eu havia saído do posto, cerca de 500 metros a frente vi a cá e um de meus atletas passando com o carro, acenei simpaticamente e no instante seguinte...a mãe natureza parecia ter vindo cobrar meus anos de maldade ou coisa parecida, uma divida que eu nem bem sabia qual era. Tentei atravessar a pista para seguir correndo em um trecho mais seguro. Novamente aquela criatura tentava sua saída para a luz que estava no fim do meu túnel. Fui forte. Fiz barreira. Os dois atletas com as bicicletas chegavam, implorei por papel. Não estava lá, estava no carro. Sugeriram voltar. Não conseguir nem andar. Um deles voltou ao posto...não dava mais. Corri até um estratégico e já usado (eca) declive. Ufa! Dei fim ao sofrimento! Coloquei minhas angústias ao sabor do processo de reutilização da energia para enriquecimento do solo, proporcionando condição para crescimento de arbustos as margens da rodovia!
                Passada a minha contribuição para o reflorestamento, segui apenas cinco quilômetros. Foram difíceis e o corpo pediu a conta de tanto isotônico tomado junto de boas conversas e erradas pausas de quase dez a quinze minutos até que meu corpo “esfriasse” e sofresse para reabastecer minha necessidade energética a cada retomada. Então cheguei ao pedágio de Americana, num misto de corrida com caminhada, com alegria e orgulho por ter arrebatado quatro pessoas para uma aventura deliciosa, com histórias difíceis de encontrar facilmente. E tão bom que foi já ficamos com vontade de planejar uma próxima. Quem quiser sugerir um percurso, por favor é só postar!