quarta-feira, 21 de março de 2012

Lampejos básicos de treinamento.


        Com muita satisfação eu e outros três alunos conseguimos chegar à casa dos 30 km corridos, ininterruptos. Porém, uma inquietação deles e de muitos que treinam para algum objetivo é: como devo treinar? “Se quero treinar para 42 km quantas vezes devo fazê-lo antes de ir para a prova em si?”; “Caso queira atingir determinada marca na natação, como treino para baixar meu tempo?”. Mas entre o primeiro de interrogação e as primeiras aspas, há um abismo enorme.
           Primeiro, a melhor forma de treinar, é um pensamento genérico e que é influenciado pela idéia de que por sermos todos humanos funcionamos todos igualmente. Porém, somos um grande sistema complexo que possui milhões de outros sistemas onde cada um responde de uma determinada maneira, em determinada época, diferentemente conforme o estímulo, temperatura e humor (ufa!). Por isso, não é genial concluir que uma forma apenas de treinar não existe e uma resposta para todos, nunca haverá. Contudo existem idéias gerais que ao longo do tempo criaram estruturas e idéias para se organizar o treino. Direcionamentos.
            Não há dinamismo suficiente, do escritor, para que aqui, possamos esmiuçar a complexidade do treino e as teorias gerais e as reais intenções daqueles que propuseram. Porém, idéias gerais e básicas dão grande enriquecimento e melhora ao treinamento.
             Diferentemente de máquinas (e nem mesmo elas), caso você todo dia fizer a mesma coisa, por dois motivos os resultados sumirão: desânimo e homeostease. O primeiro é obvio: todo dia a mesma coisa? Tenha dó. Pra tudo na vida. Mas pense com maior cuidado. Enriqueça a análise. Rotina não é apenas no treino, é na vida. Mude. A vida muda, simples. Já o segundo é um conceito visto em fisiologia em uma das primeiras, senão a primeira aula, “é a propriedade de um sistema aberto, seres vivos especialmente, de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados” (Walter Bradford Cannon), traduzindo, tendência que existe entre os sistemas vivos de buscarem a estabilidade. Portanto, treinar a mesma coisa, todo dia, estará facilitando esta tendência, concorda? Então a idéia é sempre quebrar sua inércia? Calma lá precoce leitor.
            Ao contrário, treinar sempre forte e tentando se superar levará você ao desgaste. Ai socorro! Então o que faço? Primeiro, procure alguém que possa ao menos tomar conta deste complexo sistema e não se meta a treinar com fichinha de internet, nunca mais! E nem com o que seu amigo lhe indicou. Sempre busque entender e relatar ao seu treinador o que está acontecendo e, pois o treino é um sistema dinâmico e mutável, graças a fatores como lesões, doenças, desânimos, problemas, etc e a partir desta relação, ele poderá realizar modificações.
            E por último, quando for dedicar a algum treino para alcançar alguma meta, treine. Cada dia faltado, problemas vão surgindo.

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