terça-feira, 1 de maio de 2012

Superação em Treino


Depois de tempos, resolvi escrever sobre a corrida em si, desporto mais praticado por mim, ultimamente.
O treino de hoje contou com a presença de dois alunos e consistiu em dois longões, ou seja, em dois períodos de treino fizemos grandes distâncias. Com isso, podemos ter um tempo para recuperações incompletas de musculaturas e energéticas, contudo, nem tanto para os ligamentos, pois o processo de recuperação das lesões e ativação de mecanismos de defesa é ativado, com isto a segunda corrida pode surgir mais lenta, mas esta é outra proposta, treinar esta regeneração, tornando-a acelerada.
Bom, saindo dos aspectos mais detalhistas da preparação, corro para a parte mais descritiva do treino em si.
Pela manhã, treino marcado para às 7:30, horário da Maratona em Buenos Aires (dia 7 de outubro), treino iniciado por volta das 7:50... Com deliciosa temperatura, algo por volta de 16°, a qual nunca antes havíamos treinado e possivelmente aquela na qual correremos a prova. O percurso pela manhã foi todo tranquilo, passando por Taquaral, Tapetão, Rodovia Dom Pedro, Avenida Guilherme de Campos (quase até a Unicamp), Balão da Sanasa, agradável e nos felicitou com muitos campineiros utilizando o espaço público do Taquaral. A preocupação era com o período da tarde.
Acontece que com este volume de treino e como planejado, algumas situações limites seriam esperadas, coisas como dores e cansaço.
Ao longo da tarde, tive de trabalhar alongamentos e criogenia para evitar dores para o período da tarde. Porém, elas apareceram logo nos primeiros metros. Dor lateral no joelho direito e panturrilha esquerda pulsavam como os problemas que esta semana surgiram para me incomodar. No caso das dores eram duas fontes, os problemas eram três.
Tal situação fez com que eu lembrasse um momento importante. Há, talvez, uns três anos atrás enfrentei reprovei em Biomecânica e tive de refazer a matéria e fiquei muito nervoso, por conta de questões que quem fez a matéria sabe. E um ou dois dias, corri na esteira, corri pensando “se eu não conseguir enfrentar isto, não conseguirei passar nesta matéria”. E aquilo me fortaleceu, assim como recorrentemente vem ocorrendo.
E hoje não foi diferente. Diante de um daqueles momentos onde juntam alguns problemas chatinhos, fui pra segunda parte da corrida, marcada para às 16:30, iniciada às 16:50 (obs: sem a irresponsabilidade de me expor a lesões sérias) obstinado a superar os obstáculos. Firme e convicto de que mais uma vez iria triunfar. Porém o início provou que seria, talvez, mais difícil do que havia me preparado, mas seguindo um ritmo bom e ajustando as articulações fui acelerando processos e melhorando a sensação de bem estar, com pequenos momentos de alternância com pontuais dores. Apenas no final, faltando cinco quilômetros para completar quinze as dores que no inicio havia, já algum tempo atrás tinham sumido, outras surgiram.
Agora, porém, tudo está bem. Dores pontuais de quem correu 35 km em um dia, em dois períodos, um de 20 e outro de 15. E os problemas? Fortalecido para resolvê-los!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ah, as Olimpíadas....


As Olimpíadas ainda não estão bombando na tela da sua TV e menos ainda nas comunidades virtuais, mas assim que começar a pesada vinculação deste lindo evento tenha certeza, inúmeros revoltados irão juntar palavras como capitalismo, alienação e desvio de verba aos Jogos. Concordo sim que devemos aliar capitalismo ao esporte, uma vez que a bibliografia sociológica que busca estudar esta área delimita o termo esporte a partir da revolução industrial, principal fato do capitalismo moderno, portanto não há como desassociá-los incluindo os males que este sistema ideológico de condicionamento financeiro traz (?). Com relação à alienação, também é verdade que eventos assim tão importantes são usados para distrair a atenção do povo para problemas de governos corruptos e trazer alegria em momentos perigosos, como a atual instabilidade do crédito nas regiões ao norte do globo. Também não deixo a inocência invadir-me a ponto de fechar os olhos e dizer que tais eventos não possuem irregularidades.
Bom Daniel, você está falando tudo isto, pois você irá se juntar a nós e iniciar um movimento contra estes Jogos?
Não.
Ah Daniel! Então venha para o nosso lado. Vamos promover esta linda festa, cercada do mais puro sentimento olímpico!
Também não.
Então você é um “em cima do muro”!!!
Acalmem-se agressivos leitores.
Primeiro, o esporte é maravilhoso, quando o fazemos merecer tal adjetivo. Basta lembrar que Hitler utilizou do esporte, a Guerra fria também e ambos para reafirmar posições e ideologias, apenas para citar os dois casos mais emblemáticos, ou seja, o esporte reflete a sociedade sim. Se ele é sujo, imundos somos nós. Tal qual a política, a convivência, e etc e você está no meio de tudo isso. Pense.
Os valores do desporto moderno não são muito diferentes dos que vivenciamos diariamente. Você acha coincidência termos tanto gosto por futebol e nossa política (inclusive a do esporte) ser como é? Futebol é imprevisível, você treinar não significa ser o melhor e há às vezes um componente de sorte. Parece até a descrição que fazem os estrangeiros, de nós brasileiros. Para dar mais um exemplo, você gosta de basquete? Futebol americano? Hugby? Muito complicado né? Muita regra, precisa se dedicar, necessário ter consciência de equipe, há organização nestes esportes, até parece que estamos falando de alguém de outro pais? Achamos horrível um esporte onde o que tem mais qualidade ganha.
Com relação à corrupção presente no esporte, convenhamos isso nasce desde aquela
bola fora que você disse que não saiu. E depois um monte de irregularidades que vemos ao nosso lado e não tão longe quanto Brasília. O esporte pode ensinar valores, caso queiramos, caso haja na escola. Esporte pode ensinar, não só descansar, distrair. Não se ensina a noção de regras, coletividade e convivência que o esporte é capaz em outras aulas. Vai lá e peça pra tirarem a aula de Educação Física por que seu rei irá se machucar, afinal, só lá ele irá se ferir.
Aliás, competição na escola é crime. Ser o melhor nos jogos escolares diz pouco sobre o futuro esportivo do garoto, mas se dedicar às outras matérias é essencial. Ser o melhor nelas não é crime, é bênção divina. Neymar é abençoado, mensalmente com cerca de 3 milhões de reais. Ele teve oportunidade, não há um único caminho pra ser feliz ou rico ou bem sucedido. O esporte também é caminho, também pode gerar competição. Os valores que empregados nas competições é que nos distingue de humanos de bichos. Tirar a maior nota e falar pros outros é competir, vencer um jogo e o modo como você comemora diz muito mais dos seus valores do que as horas que você passa sozinho estudando.

E sim, os jogos e o esporte possuem inúmeros defeitos e problemas, tal qual o capitalismo. E entendo, pra mim, que tudo isto é uma besteira da grossa. Não me importa se é socialismo (estudo o que isto foi para os países que o adotaram), pra haver decência não importa o sistema, financeiro ou de qualquer outra ordem ou é preciso ser de alguma religião pra ser bom? Ser evangélico ou ateu não significa ser péssimo, menos ainda que espírita seja um ser superior. Você ser músico clássico não o coloca em posição de ser melhor, como ser humano honesto e de valor, acima de um cobrador de ônibus, coloca? Gostar de rock não significa também ser melhor que alguém que ouve músicas cristãs. O que eu quero dizer é que o problema não está no sistema, mas sim de todo o mecanismo que por coincidência são dirigidos por pessoas e muitas vezes elas não são muito diferentes de você, portanto, sim, eu atribuo a culpa a você também e a mim por estes baixos valores dos jogos. E por isso devemos formar pessoas melhores e não apenas profissionais.
Como assim?
Não conseguirei ser muito conciso, mas eis aqui alguns pontos: a partir do momento que você consume desenfreadamente produtos esportivos, sem se questionar em nada, quanto ao local onde são feitos, qualidade e se há realmente necessidade, você errou; ao torcer apenas para aqueles que são vitoriosos, você errou; no momento em que você não pensa para falar bem ou mal sobre um evento tão importante (ou não é? Mobiliza todo o planeta), você errou; a partir do momento que você tenta ser tal qual o sofrido atleta, errou; quando você diz que negros são ruins pra nadar e ótimos pra correr, errou;
Quero então dizer que, ao assistir aos jogos, curta, divirta-se, pois é um evento lindo e maravilhoso cercado de pessoas boas e de ótimos sentimentos, mas lembre-se - sem revolta o sentimento utópico de que este é um evento que representa o fim da humanidade – de que há problemas, sim, mas que estes começam muito próximos de você.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Lampejos básicos de treinamento.


        Com muita satisfação eu e outros três alunos conseguimos chegar à casa dos 30 km corridos, ininterruptos. Porém, uma inquietação deles e de muitos que treinam para algum objetivo é: como devo treinar? “Se quero treinar para 42 km quantas vezes devo fazê-lo antes de ir para a prova em si?”; “Caso queira atingir determinada marca na natação, como treino para baixar meu tempo?”. Mas entre o primeiro de interrogação e as primeiras aspas, há um abismo enorme.
           Primeiro, a melhor forma de treinar, é um pensamento genérico e que é influenciado pela idéia de que por sermos todos humanos funcionamos todos igualmente. Porém, somos um grande sistema complexo que possui milhões de outros sistemas onde cada um responde de uma determinada maneira, em determinada época, diferentemente conforme o estímulo, temperatura e humor (ufa!). Por isso, não é genial concluir que uma forma apenas de treinar não existe e uma resposta para todos, nunca haverá. Contudo existem idéias gerais que ao longo do tempo criaram estruturas e idéias para se organizar o treino. Direcionamentos.
            Não há dinamismo suficiente, do escritor, para que aqui, possamos esmiuçar a complexidade do treino e as teorias gerais e as reais intenções daqueles que propuseram. Porém, idéias gerais e básicas dão grande enriquecimento e melhora ao treinamento.
             Diferentemente de máquinas (e nem mesmo elas), caso você todo dia fizer a mesma coisa, por dois motivos os resultados sumirão: desânimo e homeostease. O primeiro é obvio: todo dia a mesma coisa? Tenha dó. Pra tudo na vida. Mas pense com maior cuidado. Enriqueça a análise. Rotina não é apenas no treino, é na vida. Mude. A vida muda, simples. Já o segundo é um conceito visto em fisiologia em uma das primeiras, senão a primeira aula, “é a propriedade de um sistema aberto, seres vivos especialmente, de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação interrelacionados” (Walter Bradford Cannon), traduzindo, tendência que existe entre os sistemas vivos de buscarem a estabilidade. Portanto, treinar a mesma coisa, todo dia, estará facilitando esta tendência, concorda? Então a idéia é sempre quebrar sua inércia? Calma lá precoce leitor.
            Ao contrário, treinar sempre forte e tentando se superar levará você ao desgaste. Ai socorro! Então o que faço? Primeiro, procure alguém que possa ao menos tomar conta deste complexo sistema e não se meta a treinar com fichinha de internet, nunca mais! E nem com o que seu amigo lhe indicou. Sempre busque entender e relatar ao seu treinador o que está acontecendo e, pois o treino é um sistema dinâmico e mutável, graças a fatores como lesões, doenças, desânimos, problemas, etc e a partir desta relação, ele poderá realizar modificações.
            E por último, quando for dedicar a algum treino para alcançar alguma meta, treine. Cada dia faltado, problemas vão surgindo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fina casca do Ovo

           Desta vez creio que o post sairá um pouco diferente do usual.
           Uma vez que as sensações têm sido diferentes da usual.
       Buscamos a atividade física para muitas finalidades. Eu, além de trabalhar com enorme prazer com isso, tenho meus motivos pessoais. 
        É certo que expressar-se corporalmente através destas práticas esportivas traz pra mim grande prazer e ultimamente, grande zona de conforto. Tanto que a corrida em Itu, difícil pela sua altimetria, foi corrida com determinação e força, apesar da sensação de fraqueza. Foi realizada com corpo de robô.
        Claro que quando você inicia um esporte determinado, sem ao menos conhecer toda sua complexidade fisiológica e social, inúmeras vezes críamos expectativas infundadas e que podem levar ao esgotamento de nosso interesse. É o caso de vários iniciantes na musculação que querem emagrecer ou ter aumento de massa muscular e deseja resultados rápidos, sem que entre com a cabeça aberta para entender as necessidades e deveres que deve possuir. Basta observar quantos começam e quantos saem precocemente. E nossas relações tem sido assim, superficiais.
       Estamos cada dia menos humanos, querendo trocar tudo por computadores, nos distanciando dos outros, querendo respostas imediatas, afastando do medo de nos frustrar, como o menino que usa anabolizantes para ter o corpo a qualquer custo, fazemos qualquer coisa para não nos entristecer, crescer.
        Escolher algum esporte é bacana, mas envolve exposição e disciplina. Porém já damos nossa vida para o trabalho, então para que se esforçar pra prática de esportes? A corrida tem um ponto interessante, o de ser considerado individual, mas ao mesmo tempo ele é coletivo quando se observa os treinamentos, preparação e atividades em grupo.
           Não é à toa e nem simples moda. E a partir deste crescimento, aliado ao do uso da bicicleta, as pessoas tem retomado as relações humanas – quantos relatos não ouço e sinto de a prática ter proporcionado pequenos milagres? – e observado a grande melhora em suas vidas. Claro, sempre haverá aquele que trará novos fármacos para substituir isso, faça sua escolha,


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Temporada 2011/2012

       Aqueles que acompanham o blog perceberam a minha ausência. Muitos compromissos, aumento no número de alunos de personal, processo seletivo de mestrado, etc. Tudo tomou muito tempo e energia criativa, tanto que até determinadas situações foram interrompidas dada esta minha dedicação ao trabalho, vida que segue.
       E para o ano de 2012, projetos e idéias existem, mas no final alguns trajetos são sempre modificados. Em primeiro plano há a Maratona de Buenos Aires, na sequência também a permanência/insistência nos estudos e participação em projetos científicos, composição de site relacionado à saúde em parceria com um amigo que fiz, entrar mais no desporto e seguir cada dia fazendo mais pessoas felizes e realizadas dentro das práticas corporais desportivas!
      O ano de 2011 foi maravilhoso com exceção para os últimos quinze dias, assim como quase o mesmo número de dias no início de 2012. Questões pessoais muitas vezes chacoalam nossa confiança, contudo, a convivência com pessoas maravilhosas e a superação dentro da corrida têm feito com que este seja mais um processo de aprendizagem e crescimento.
        Agradeço a todos que acessaram o blog. A princípio escreverei quinzenalmente, Portanto, aguardo mais visitas de vocês!! (Falta pouco para as 4000 visitas!)
         

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Brazil Sports Show


Apesar do nome, o evento ocorreu em Agosto passado na cidade de São Paulo.

Tive o prazer de ter participado de tal evento e sempre que tiver estarei lá! E fica aqui a dica para o ano que vem vocês se programarem!

Saímos de Campinas até que em um bom horário, por volta das 14 horas e chegamos rapidamente na cidade de São Paulo, pouco tempo depois, graças as falhas do GPS, no Parque do Ibirapuera. E logo de cara, eu que não conhecia, adorei o lugar. Cheio, bonito e conservado, com muita gente fazendo várias atividades.

Ao chegar no local do evento, tivemos a sorte de poucos minutos depois presenciar a maravilhosa chegada de Carlos Dias (http://o2porminuto.uol.com.br/scripts/materia/materia_det.asp?idMateria=5605&idCanal=1), ultra maratonista que realizou enorme desafio.


Ao longo da feira, muitos produtos legais e bonitos sendo vendidos a preços interessantes – evidente que não ficarei aqui fazendo propaganda, algumas avaliações duvidosas (a de pisada com tênis), mas no todo, foi muito legal ver a parte comercial que certamente a cada ano melhorará, creio até em expansão, pois estava um pouco apertado em determinados lugares e momentos.

Achei legal ter o espaço da aventura, com venda inclusive de carros e kits para aventuras. Até escalei! Aliás, que delícia! Apesar de ter sofrido foi bem interessante e quem sabe em algumas paredes de escalada eu não me arrisque mais?


Subindo!!!



Muito legal, mas ainda tímida a área para bicicletas, inclusive apenas havia uma aula de spinning, mais algumas bikes em exposição com valores impressionantes!




Custa só 30 mil

A parte reservada a desportos como basquete, vôlei e futebol, confesso que foi bem bobo. Sem graça, não havia nada, apenas espaço para a prática, pífio. O legal foi o espaço destinado à esgrima, com juízes/instrutores sérios; levantamento de peso (infelizmente não havia ninguém); taekwondo (já não havia também mais demonstrações); remo, muito legal com um simulador; e o boxe...com um fliperama.
Parte de Vôlei

Basquete

Esgrima

Remo


Havia também uma parte de turismo, muito inteligente por sinal, toda focada para a prática desportiva, não deu pra curtir muito esta parte, pois eu estava cansado e com sede – sim, não havia água no local. Ficou apenas a vontade de participar de algumas corridas fora do país, como Buenos Aires. Além disso também houve uma clínica com lutadores famosos do MMA, tirei algumas fotos, mas ficaram horríveis.

Claro que como defensor e apaixonado pelas práticas desportivas eu adorei, contudo e talvez até pela finalidade, não sei se é uma feira para quem não achou seu desporto. Alguém que é sedentário, dificilmente sairia de lá animado a praticar algo, mas com certeza, ficaria feliz!

Indo embora, no ativo Parque Ibirapuera


Abraços à todos e obrigado pela enorme quantidade de visitas!!!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Virada Esportiva, Meias-maratonas de Campinas e Rio


        Apesar da demora, por conta de inúmeros compromissos, eis que consigo escrever sobre importantes eventos passados.
     No mês de julho aconteceu em Campinas uma meia-maratona, realizada por uma grande empresa vinculada aos planos de saúde. Apesar de ter promovido com o horário das 7 horas, começamos aproximadamente às 7:20 e era uma prova na qual eu nem lograva uma boa corrida em relação ao tempo ou conforto, mas acabei por completar em 1h49min com completo conforto e disposição.
Abertura da Virada Esportiva - Caminhada


Abertura da Virada Esportiva - Paraquedistas. 






Abertura da Virada Esportiva - Meia-Maratona


      Aliás, tal evento estava atrelado à virada esportiva da cidade. E quanto a este evento, caso eu fosse leviano apontando apenas o que vi, eu certamente iria fazer apenas duras criticas, pois fui aos horários determinados para os eventos pela manhã, tanto sábado quanto no domingo. Porém, pelos relatos e informações houve sim uma boa adesão, para mim, tímida, principalmente pela péssima divulgação (fiquei sabendo uma semana antes) e cumprimento de horário já que o povo quer outras coisas que não apenas ir todo domingo no shopping.
      E em Agosto eu e mais três alunos de personal fomos participar da Meia-Maratona do Rio, realizada dia 21 às 9 horas da manhã.
       Esta viagem envolveu duas grandes novidades para mim: voar de avião e conhecer o Rio de Janeiro. E não foi tão difícil quanto eu esperava a experiência de voar de avião. O duro foi sair daqui de casa com imensa chuva, mas a sorte foi o alivio de tempo bom ao começar a voar. E com relação a conhecer a famosa cidade maravilhosa, confesso que em muitos momentos alimentei o bairrismo em diversos setores – esportivo, cultural, segurança, etc – porém nada melhor que errar para o melhor. Vi uma cidade de fato linda, com contrastes que desde a literatura eu conhecia, mas não sabia que era algo tão vivo, com mansões há menos de cem metros de grandes favelas, mas também vi um povo muito educado, agradável e alegre. Vi algo inimaginável em Campinas, mesmo eu estando aqui já há sete anos: um rapaz trocou de lugar pra mim e uma moça também, para melhor conforto meu!!

       Continuando nesta linha, vi que há muita acessibilidade com relação à utilização do sistema de metrô, apesar de ter ouvido que não é toda essa maravilha, pois durante a semana enche, MAS, isso é um problema longo e extenso que junta a falta de comprometimento do governo com a bundamolagem do povo que quer apenas comprar carro novo e reclamar do trânsito. Há lá um vagão exclusivo para as mulheres, linda iniciativa, o que certamente diminui a ação de maníaco existente em todo o Brasil. E para completar, há bicicletários em muitas estações, e várias bicicletas expostas; bem...não vi ninguém roubando, claro que devem haver furtos, mas acho que em Campinas – a cidade que reclama da ciclo-faixa – isso não seria possível.
       E minha última observação é com relação à mentalidade carioca quanto à prática de esportes. E quando digo carioca refiro-me apenas ao povo da cidade do Rio. Como eles gostam de praticar esporte!!!! Quanta gente, quantos lugares e em um dia chuvoso e frio, quanta gente correndo!!! E havia crianças na praia jogando rúgbi, gente pedalando e correndo. Igual Campinas.
Com relação à prova, a saída era na região do São Gonçalo, lindo bairro. Como havia muita gente, ir ao banheiro era difícil, então, próximo de termos a pontual larga, uma moça alguma idade resolveu aliviar-se ali mesmo, urinando no chão. Enfim.

Único defeito, momento de pegar o kit: 1h na fila

         A saída, como era esperada, foi difícil, com a atenção voltada para não tropeçar em pessoas e poças de água. Vista linda, mas logo chegamos ao Vidigal, onde havia – com ar de naturalidade – dois policiais, sendo um com uma baita arma. Pouco depois, o apresentador do Esporte Espetacular, Tande, havia parado sua corrida aos quatro quilômetros, certamente por ainda estar se adaptando à nova modalidade. No restante, lindas praias do Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo e um trecho do aterro do Flamengo. É isso foi “ruim”, pois sendo um corredor-turista acabei por balançar a cabeça diversas vezes na busca por pessoas famosas e lugares lindos que em diversos momentos fiquei um pouco zonzo; o túnel próximo à Copacabana foi algo realmente ruim, calor intenso provocando uma variação térmica bastante forte; e essa variação seguiu na pista, onde a metade do trajeto foi em piso molhado com chuvisco e o final, solo seco e quente, sem muito vento.
          Sou mais um que admira agora a irregular cidade do Rio de Janeiro! Ano que vem voltaremos!!!